quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Eu só sei falar de sentimentos...

E depois me abraçou apertado, beliscou, puxou o cabelo e sussurrou: você é uma delícia! Ajeitou o corpo com o meu e dormimos.
Sonhei com ele um sonho bastante fantasioso, mas tão bom quanto a realidade, afinal, quando acordei, ele estava alí, abraçado comigo.
Aliás eu nem sei mais onde é que começam meus sonhos e minha realidade, eles se misturaram.
Eu sei, sou exagerada, entregue, apaixonada, romântica... uma montanha russa sentimental. Sou consciente disso, mas deixa, deixa eu ser.
Me permiti ser brega. Amar é kitsch.
Coloquei um jazz para ouvir. Preciso de trilha sonora para me perder no meu mundo.
Deitei na cama, deixei as roupas jogadas e um bolo de chocolate trufado do lado. Vivendo meus últimos dias de férias. Me dei o direito de fazer o que eu quiser.
Quis pensar no que ele me faz e se começo a pensar nos detalhes tenho que escrever, é por isso que estou aqui.

Sabe aquele frio na barriga gostoso que dá na gente quando o carro passa rápido demais numa descida? Aquela adrenalina que sobe antes de saltar do Skycoaster? Aquele desespero do corpo quando quer muito o outro e não o tem por muito tempo? É tudo isso, sempre assim.
Não sei não contar o tempo, já disse, me apego as coisas mais pequenas. E sei que logo faz sete meses, mas não mudou nada desde a primeira vez que veio em minha casa.
No começo eu contava os dias, os finais de semana, os lugares que fomos, porque gosto de guardar números. Hoje conto os dias que faltam para inteirar mais um mês. Parece tão infantil isso!
E não sei disfarçar nada. Deixo tudo tão explícito que sinto vergonha de mim mesma. As vontades, os sorrisos, as lágrimas brigando para não cairem e o ciúmes... Ah! O ciúmes pequeno e bobo! É o que mais quero esconder.
Ontem, por exemplo, uma amiga dele (ele já tinha me falado dela), linda e perfeita, veio até a nossa mesa. "Por favor não perceba. Por favor não perceba. Por favor não... Droga, percebeu!"
Ela saiu, beijou todo mundo no rosto. E ele falou baixinho "Tá com ciúmes?", "ai, desculpa", "não fica", "tá bom, é que ela é linda", "é, sim, mas é minha amiga", "tudo bem". E a cara vermelha, a vontade de sair correndo para ninguém ver e quanto mais ele dizia "não fica" mais vergonha eu tinha e queria chorar por ser tão boba. Detesto me sentir uma criança perto dele.
Ele faz isso comigo. Me faz sentir um monte de coisas e me deixa boba depois. Às vezes fico desesperada tentando esconder meus pensamentos, mas de novo, deixo tudo estampado na minha cara. Droga, Jessica, mais discrição, ele está vendo tudo!
Posso estar mega cansada, sem vontade nenhuma de sair de casa, se ele me liga e chama para ir para qualquer lugar, pode ter certeza, a preguiça vai embora em questão de segundos e o ânimo toma conta de mim. Eu não sei dizer não. Não sei e não sinto vontade.
Ele é tão viciante.
Não sei mais como parar.

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