Espelhos. Queria espelhos, queria respostas.
Rasgar-me-ia, ferir-me-ia, derramar-me-ia...
Só para entender. E só. No fundo, não te queria.
Nenhum de vocês. Usei-os todos.
Queria-me, mas não encontrava.
O ódio que não compreendia, queria que materializasse.
Quem sabe assim, se eu tocasse...
Se eu me visse sangrar pelas suas mãos e pudesse me interpretar pelos seus olhos...
Sujou-me, pisou-me, traiu-me. No fundo, era isso que eu queria.
Revirei seu passado. Invadi sua privacidade. Desejei me ver a qualquer custo.
Por que vivo esta falta de amor a vida toda? - questionava.
Não queria saber de você, queria entender os porquês apenas.
Se repetia outra vez essa situação de mentira e traição que me traumatizou há tantos anos, talvez, daquela vez, eu teria tempo de analisar e descobrir o que havia de errado em mim. Era o que tentava.
E humilhava-me, desprezava-me, deixava-me ser violentada.
Fazia-lhe querer matar-me. Literalmente.
As mãos que por mim passaram, os tapas levados, os fios de cabelos arrancados, as marcas doloridas no meu corpo, as pressões psicológicas, o pescoço que era apertado, os empurrões para o chão, as mentiras, as traições, as ameaças e o enlouquecimento responderam-me uma única coisa: dentro de mim não havia amor.
Achava que tudo acontecia fora de mim e que as hostilizações vinham de fora e não de mim.
Não. Não era o outro, o outro não importa, não importa o que quer que me tenha feito. Por mais cruel que fosse. Era eu. E o quanto eu permitia. Era reflexo do que EU sentia por mim e não eles.
Eu me silenciava porque não me conhecia e não sabia como mudar.
Não espero que me entendam. Não conto das coisas que vivi, porque sei que não é fácil compreender.
Eu perdoei todos ele, bem antes de mim. E perdoava todas as vezes. Mas eu nunca me perdoava. Não sabia o que era amar a mim mesma, por isso não sabia o que era amor... Queria apenas respostas, queria apenas entender, e só aceitava tudo, pois me convencia que meus erros eram sempre maiores.
Não olhava para dentro.
Ah, se eu soubesse, que tudo, tudo era eu! Se eu soubesse que podia simplesmente esquecer do que me fazia mal e focar-me apenas no que me faz bem...
Se eu soubesse que não importa o que fazem, o que digam...
Se eu soubesse que a felicidade não depende de nada e só de mim...
Não haveria nada desse mundo que me arrancasse lágrimas!
E, com certeza, não teria passado por nada intensamente negativo quanto vivi!
Não é arrependimento isso... É vontade de sair pelo mundo gritando, que o amor está é dentro de nós e não fora para que ninguém mais perca tempo chorando.
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