terça-feira, 29 de setembro de 2015

Controle

Sh!
Deixa tocar "Anniversary of An Uninteresting Event", larga o corpo mole na cama.
"Eu não possuo nada, nada me possui" - repete sem parar, sentindo-se leve.
As consequências de suas ações perseguem-na incessantemente. Deixe-as vir.
A realidade confunde, os pensamentos expandem, a verdade inexiste, você não sabe nada, mas você é tudo.
Você é real, sua imaginação também.
Silencie-se.
Os outros estão todos fora de seu alcance, eles nunca serão você, serão sempre eles e sendo eles, longe, nunca serão um com você, mas sempre serão um com todos. Quanto mais longe nos deixarmos ficar de um, mais perto de todos.
Você só enxerga o mundo se deixa de olhar de perto.
A gente não se possui.
A gente não se obriga, não se muda, não se cala, não se faz agir.
Os comandos que nossos cérebros nos dão, limitam-se aos nossos corpos.
O segundo do outro, que acontece junto com o seu segundo é outro.
Num mesmo espaço, múltiplas realidades e o tempo dança conforme deseja com cada um.
Se beijam, se tocam, se sentem, mas não se compreendem.
Seus egos são mundos impenetráveis. Grandes demais.
Mentem. Uns para os outros, para si mesmos.
Fazem-se inalcançáveis. O único problema é que nem eles se alcançam.
Então quebre-se. Deixe-se partir. Afogue o ego. Mate-o. Livre-se de si.
Quando parar de dizer "eu" e compreender o "nós", será forte, grande, inabalável.

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