sábado, 14 de novembro de 2015

Batem a porta na sua cara e a única opção que você tem é ir embora.
Dá vontade de voltar, bater, bater, bater, mas o bom senso e o respeito diz para virar as costas e seguir.
Então quando você sai dalí a pessoa te olha da janela e grita: eu sabia! O tempo todo você estava só esperando para fugir daqui.
Sou mandada embora e depois sou odiada por ir. Não compreendi.

Então a pessoa se desculpou e fechou a porta de novo, mas com delicadeza.
Dessa vez fiquei alí, parada. Com dúvida se devo deixar o lugar ou esperar para ver se vou ser vista da janela e, quem sabe, convidada a entrar de novo.
Mas só tem silêncio, o frio do lado de fora, o vazio e o dia que escurece.


Estou doente desde quarta-feira. Sinto uma dor que vai e volta e geralmente a noite ela vem com toda a força, parece que minha cabeça vai explodir, eu levanto, eu deito, eu rolo, eu passo gelo, eu faço remédios caseiros, eu choro de dor, eu fico com medo. Junta com tudo que estou sentindo, aliás acho que é o que estou sentindo que está me adoecendo e ligo várias e várias vezes para a única pessoa que está 24 horas se importando comigo: minha mãe, meu porto seguro.
Fui ao médico sozinha, zonza, com o corpo cansado, ele diagnosticou, medicou, voltei para casa sozinha. Passei no mercado, comprei muitas coisas saudáveis e em casa, depois de não sei quantos meses (anos?) preparei/cozinhei um almoço para mim e chamei meu irmão para almoçar/jantar.
Fiquei tão feliz cuidando de mim, tão feliz com o cheiro da comida, com o clima do dia, com a brisa que batia, comecei a agradecer por tudo isso.
A dor passou.


Obrigada, mãe.

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