Fui descuidada hoje, levantei com pressa, vestida a roupa sem prestar atenção, olhei rapidamente a previsão do dia, dizia que teríamos chuva. Me enfiei nas galochas.
Saí de casa sem pentear os cabelos. Eu deveria saber que com uma manhã dessas não dá para se esperar demais do resto do dia...
Não, é brincadeira. Tirando uma das últimas aulas, em que as crianças me viraram do avesso e o fato de que tive de pegar ônibus por medo do tiroteio que teve no shopping, foi só mais um dia. E foi bom.
Tirando também o fato de que estou com fome e escrevendo enquanto estou no metrô esperando para chegar mais perto de casa para ver se o tempo passa mais rápido.
Está tudo bem.
Tocou no repeat "The Widow" de The Mars Volta, que me faz lembrar do livro sobre a cigana do Stephen King e ficar imaginando uma vida muito mais legal que essa de todos os dias.
Seria muito bom se eu tivesse acesso direto com seres de outros planos e entendesse melhor meus poderes ocultos, se fosse o caso de eu ter. Mas só estou voltando para casa de metrô depois de um dia cansativo de trabalho.
Só uma vida normal que eu vivo e sou notada. Não existo, apenas. Por mais bagunçada que as coisas às vezes pareçam, tenho sempre alguém do lado, para me dar bom dia, para reparar no cabelo despenteado, para ne fazer rir, para me encher o saco para não desistir da viagem do meio do ano. Enfim, amigos. Quero agradecer as pessoas pertinho de mim.
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