Quando muito dramática, penso em conto de fadas, em segredo. Desejo, no fundo, um príncipe encantado, uma fada madrinha ou pozinho mágico, qualquer coisa absurda só para eu fugir daquilo. Covardia, eu sei.
Eu pensei tão forte ontem de madrugada que acabou aparecendo um príncipe encantado e uma fada madrinha. Fui dormir às cinco. Gosto de gente que me faz rir. E eu precisava.
Resolvi me dar um tempo, então. Me afastar dos pensamentos exigentes e ficar com amigos. Acho que isso pode funcionar como remédio, é o que desejo, um pozinho mágico.
Não quero estragar o que tenho de bom hoje.
Mesmo com tantos exageros, quando estou com raiva ou chateada, a verdade é que eu só não entendo. Não, não tem ninguém com facas na mão me ameaçando fazer chorar. Nem pessoas que não se importam comigo. Existe o meu drama. Meu drama e os meus exageros. Sejamos sinceros.
Tenho você, blog, para falar dos meus pensamentos e você sabe que meu mundo é aquilo que quero enxergar. Meus pensamentos são inconstantes, impalpáveis e nem sempre tão bons. Minha mente e meu coração brigam e eu estou no meio desse furacão.
Só você sabe o que se passa aqui. Até mesmo os pensamentos que passam rápido e somem com a mesma rapidez ficam registrados aqui, salvos como rascunho, pois não tenho coragem de publicar tantos segredos assim. Muita exposição faz mal.
O que eu queria era entender, ver se consigo olhar pra mim com os olhos de outros. Preciso saber quem eu sou, para saber o que preciso fazer. Não tem nada de fácil nisso.

Alguém  apareceu numa noite e quis me dar esperanças de um mundo todo do meu jeito. Mágico demais. Eu quis, desejei tudo aquilo. As palavras me abraçam e me levam. E fui dormir, pensando se um mundo do meu jeito não seria mesmo muito bom.
Então quis pensar melhor nisso. Pensar em fantasias e comparar com a realidade. Me olhar bastante no espelho, analisar quem vejo como se fosse outra pessoa e depois voltar pra mim.
Quero sair hoje e experimentar a realidade. Ser bem sincera comigo mesma e pisar no chão descalça para deixar minha fragilidade de lado.
Ver pessoas, conversar com pessoas e tentar entender pessoas. Qualquer uma que aparecer. Ver o que vejo nelas em mim ou o que vejo de mim nelas. Quero saber até onde sou como qualquer outra pessoa.

Preciso saber se sou mulher ou menina.
O que sei de amor. Quanto amor eu sei dar.
E a carência. De onde vem.
Preciso saber, mas sem fazer perguntas.
Preciso ser mulher. Preciso de mais um final de semana.