quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Sou bem mais sinestésica. E então toca a música "3" da Reverbera, a música que ouvi no fim do meu primeiro namoro oficial, aquele de três anos.
Me sinto de vestido longo, branco, em cima de um colchão também branco, bem macio e quando piso, vejo meus pés afundarem naquela sensação gostosa de leveza.
E me vejo voltando no tempo e me avaliando...

A vida me mudou bastante. Aprendi bastante com todos os relacionamentos, empregos e amigos que tive. Sou muito grata por tudo.

Mais três meses e completo vinte e cinco anos e tudo que sou hoje é resultado de muitos erros e acertos.

Hoje eu acredito mais em mim, tenho mais paciência, não exijo das pessoas que minhas vontades sejam feitas e não fico o tempo todo desesperadamente tentando controlar tudo e todos ao meu redor. A vida me ensinou a viver em tranquilidade e ensinou também que nem sempre o sorriso será fácil de tomar o meu rosto, mas que até mesmo as lágrimas são presentes.
Finalmente entendi que não importa muito quem escolhe estar do meu lado, desde que eu sempre me escolha, sempre me ame e seja forte o bastante para me afastar ou me apegar a alguém quando meus caminhos se revelam.
Descobri o verdadeiro valor do amor e, junto, soube que nem sempre esse valor é honrado.
O amor faz muito bem, mesmo quando faz muito mal.
Amar alguém, torna você digno de ser amado, mas de maneira alguma, o torna obrigatoriamente o amor de quem você ama. Nem sempre amor é recompensado com amor.
Existe muita maldade, mentira e egoísmo no mundo. Com isso aprendi que não há justiça, mas que ainda assim é possível e muito melhor escolher o bem mesmo sem ser reconhecido. Nada supera o sentimento de paz que sua alma te transmite quando faz as escolhas certas e ninguém jamais pode tirar isso de você.

É muito importante levar essas coisas consigo o tempo todo: Desapego. Não possuir nada nem ninguém. Entender que nada dura para sempre e as coisas invisíveis valem muito mais.
As pessoas vêm e vão e nada mudará isso.
Mudar de cidade ou país não faz você mudar de si mesmo.
O que mais odiamos nos outros é o que mais odiamos em nós mesmos.
Nem sempre colhemos o que plantamos, mas a escolha é nossa do que fazer com os frutos que passam por nossas mãos.
Reclamar, espernear, chorar, implorar não muda nada.
É difícil e sempre será.
Você vai deitar, desejar uma outra vida e acordar preso nessa realidade.
Demorou, demorou muito tempo para eu assimilar tudo isso.

Hoje eu me sinto livre de mim mesma. Tenho defeitos, vontades, impulsos e estou cheia deles, mas eles não me controlam, compreende?
Ainda tenho muito o que aprender, mas até aqui, posso dizer que valeu a pena.

Um comentário:

Felipe Dantas disse...

Escrevi "Reverbera" no Google, e logo apareceu esse post seu.
Sou do Reverbera, e texto me fez arrepiar.
Faz muito tempo que não tocamos sequer o primeiro acorde dessa música e talvez o motivo seja tudo isso que você escreveu.