sábado, 24 de novembro de 2012

Acho que ela não gosta de mim.
E eu tento ignorar o quanto isso me deixa triste, mas sozinha, me pego mergulhada num mar de dúvidas e descontentamento.
Fico pensando se não foi o dia em que eu esqueci Toddy no copo. Ou o final de semana que viajamos e eu não tinha grana. Penso até se não é dinheiro o problema, por que isso eu tenho de menos e ela deve ter de mais, talvez - não faço ideia, na verdade.
Pode ser porque não sou bonita, porque não viajei o mundo todo, porque moro sozinha, porque sou cheia de tatuagens, porque me contento com um trabalho mal pago porque escolhi ser feliz, antes de rica.
Talvez o motivo seja eu ter voltado a fazer faculdade só agora aos 24 anos, por razão de eu não ter me decidido antes o que queria ser.
Ou então é pelo fato de eu ter uma família simples, com padrões simples.

Eu devo parecer toda errada, mas não tem dessas coisas na minha família. Minha mãe criou a gente com muito amor e amizade. Minha casa sempre foi cheia de amigos meus e dos meus irmãos que sentiam-se adotados pelos meus pais, amigos que iam em casa porque lá diziam estar mais em casa que na casa deles.
Quando eu arrumava namorado bonzinho (eu tive um que não era e minha mãe não gostava, mas era a excessão) meus pais tratavam como filho e andávamos juntos como família mesmo, sabe?
Até mesmo meu namorado de agora, minha mãe gosta tanto dele que até briga comigo se eu estou chatinha com ele. "Jessica, você não pode ser chorona desse jeito com o ele, assim ele vai acabar perdendo a paciência!".
Ai, minha mãe é a melhor mãe do mundo!

Então eu fico pensando milhões de coisas e fazendo esforços para não errar com ela. Nem sei.

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