sábado, 15 de fevereiro de 2014

É que havia dentro de mim uma vontade absurda de querer dar certo. Ela só crescia, nunca diminuia.
E quando via que não estava dando, queria lutar, passar por cima de tudo, arrancar com dentes, unhas, força, grito, tapas. Só queria que fosse. Só queria que fosse. Só queria que fosse...
E é o caminho inverso de se ter. E eu sei. Eu sabia.

Acontece que essa vontade era como uma bomba dentro de mim e sempre que explodia com alguma incerteza não conseguia parar até a fumaça sumir e o tremor passar.
E apesar de toda essa agressividade, esse impulso, a única coisa que ficava dentro de mim era um vazio, um doloroso vazio e uma profunda tristeza. Uma inquietação desesperadora.
O choro de raiva e as palavras duras, na verdade, eram súplicas. Queria abraço, queria consolo, queria amor. Mas havia orgulho demais para desejos que me deixavam tão vulnerável e a vulnerabilidade era o que começava todo o desequilíbrio.
Um ciclo de energias negativas, trazendo mais e mais energias negativas...

Quanto mais solto, mais livre e mais leve, mais o que desejo chega até mim.

Por mais que eu soubesse que o que faz qualquer coisa na minha vida ficar é a paz comigo mesma, havia sempre coisas me testando para eu perder de mim a paz e eu perdia. Perdia a paz e tudo o mais.

Não adianta pedir para a vida me limpar das energias negativas se quando isso começa acontecer eu me agarro ao que me faz mal e brigo com tudo e todos para que não me tirem o que é "meu".

Precisou, nessa bagunça de desejos e brigas de energias, que se fosse feito algo mais duro.
Eu sempre deixei as coisas ficarem assim. Por puro medo de estar errada e decidir mal.

Hoje, na primeira aula de Tai Chi Chuan, tinha de trabalhar as energias e antes que eu pudesse fazer todos os movimentos de maneira correta, segurando a energia com a ponta da língua no céu da boca, liberei toda a energia que ainda estava agarrada em mim... Meu corpo fez isso sem me pedir. Simplesmente não consegui fazer direito até que toda a energia fosse embora.
E foi.

Estou feliz. Feliz porque sempre estou, eu sou.
Mesmo num dia de choro consigo me encontrar comigo mesma e achar a paz espiritual que há em mim, em Deus e no universo. Isso é fato.
Mas hoje estou feliz sem esforços. Sem precisar passar um tempo concentrada no que há de bom em mim, para, com muito trabalho, mandar embora os pensamentos negativos.

E novamente, tudo se constrói e o que tinha antes em mim desaparece como uma lembrança longínqua e embaçada, difícil de entender, lembrar, visualizar.

É estranho isso, mas é muito bom.
Tudo é sempre bom, do ruim ao excelente. Tudo sempre veio para trazer o bem.

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