quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Numb

Às vezes fica assim tudo gelatinoso, branco, sem som, morno, fora do tempo, sem movimento...

Não toco em nada, não me mexo, apenas flutuo.

Minha pressão que já é normalmente baixa, cai um pouco mais e eu me sinto metade viva, metade morta, anestesiada.

Não há distancias e, ainda assim, sinto coisas que não estão perto.

Não há tempo e, ainda assim, separo lembranças: passado, presente.

Não há sentimentos e, ainda assim, amo desesperadamente e entristeço com a mesma intensidade.

Mas não posso tocar ou entender nada disto.

Estão em mim, mas não estou em mim.

Parece confuso, mas não é ruim.

Já me aconteceu antes, algumas outras vezes...



Chega um dia em que eu me fragmento numa realidade paralela, me perco.

Nada é e tudo é. A inexistência e a consistência coexistem.

E só ali, no improvável, inimaginável, extraordinário, insólito, a minha vida faz sentido.



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