Às vezes fica assim tudo gelatinoso, branco, sem som, morno, fora do tempo, sem movimento...
Não toco em nada, não me mexo, apenas flutuo.
Minha pressão que já é normalmente baixa, cai um pouco mais e eu me sinto metade viva, metade morta, anestesiada.
Não há distancias e, ainda assim, sinto coisas que não estão perto.
Não há tempo e, ainda assim, separo lembranças: passado, presente.
Não há sentimentos e, ainda assim, amo desesperadamente e entristeço com a mesma intensidade.
Mas não posso tocar ou entender nada disto.
Estão em mim, mas não estou em mim.
Parece confuso, mas não é ruim.
Já me aconteceu antes, algumas outras vezes...
Chega um dia em que eu me fragmento numa realidade paralela, me perco.
Nada é e tudo é. A inexistência e a consistência coexistem.
E só ali, no improvável, inimaginável, extraordinário, insólito, a minha vida faz sentido.
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