Minha maior missão aqui na Terra é viver dentro de mim, aprender a lidar com tudo o que sinto, desejo, penso.
As pessoas vêm e vão o tempo todo. Assim que uma se vai, outra se coloca do meu lado, imediatamente. Às vezes eu é quem saio dali, muitas outras, elas é que se vão.
Mas nada fica no lugar. Não formo laços, não se faz promessas, faz-se toda a massa, mas não colocam o bolo no forno, não cresce, não vinga, não perpetua.
Cuido da terra, jogo água, sementinhas, fico dia e noite olhando, esperando que nasça algo. Vejo galhos frágeis, pequenos, vivos desejando crescer, mas logo alguém passa os esmaga, ou o sol se esconde e eles murcham, ou crescem, mas não vejo porque já me mudei para outro lugar e eles passam a ser de outra pessoa, sortuda, que ganhou algo sem se esforçar.
A vida é espera. Espera de alguma coisa. Talvez seja a espera apenas do tempo passar.
Eu falo tanto que quero o amor, ser amor, amar, que esqueço que para amarmos precisamos nos matar. Não existe "eu" no amor, não existe posse, não existe hierarquias.
Quanto mais peço amor, mais preciso lidar com as perdas.
Amor é se anular pra se ter de volta pra si. Amor é auto completar. Estar acima da satisfação do ego. Ter compaixão, empatia, compreender o outro, sem exigir que o outro se responsabilize pela dor que sinto. E é não sentir a dor, porque não há ego para satisfazer.
Estou presa nesse paradoxo, sem saber o que exatamente devo fazer.
Devo abandonar tudo o que tenho, desistir de todos os sonhos pessoais, usar minha vida em favor dos outros? É isso e não estou aceitando?
Queria não pensar tanto. Ser mais leve. Me culpar menos. Aproveitar mais. Ter menos pena de mim. Entender melhor as coisas.
Queria ter metas alcançáveis, me sentir completa com pouco, não rejeitar os meus defeitos, aceitá-los, ser mais bondosa comigo, menos dura comigo, mais amorosa comigo.
Hoje eu agradeço por estar viva.
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