segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Ah, se eu soubesse...

Uma parte de mim se desfaz com o medo e se refaz com a esperança.
E dentro de mim alguma coisa grita e silencia.
E penso em abrir mão do que me faz sorrir, só para não ter de aguentar dor.
Se num dia sinto-me a pessoa mais feliz e especial do mundo, no outro sinto-me esquecida pela vida.
E perco e ganho.
Quero enxergar o mundo pelos olhos de outro e abrir mão de tudo em mim e depois, rejeitada, quero fugir.
Desejo dizer o quão importante para mim é ficar...
Mas parece que digo e não sou ouvida, que choro e não sou sentida, que corro e não sou vista.

Quero ser um porque não sei querer ser diferente disso.
Quero mais e quero tudo, porque não consigo mais ver dois e, se sou um, quero saber de tudo em mim, mas só sei da metade de um.
E se é injusto, que eu não tenha nada...

Sinto-me velha e já refiz-me tantas outras vezes que parece não ter sobrado restos para serem reciclados num outro eu.
Já tenho muitos remendos, muitos choros chorado e coração partido.
Ninguém nunca sabe, até quanto a gente aguenta...

Preciso de um tempo de mim.


(TPM)

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